Exposição Nhe'e Sé apresenta artistas de diversos povos com suas histórias e denúncias
- Redação
- 23 de abr.
- 2 min de leitura
A exposição apresenta obras de 13 artistas contemporâneos, incluindo fotos feitas em manifestações indígenas e Manto Tupinambá inédito

Presentes de norte a sul do país, os povos indígenas passam por diversos tipos de violência no Brasil. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, o grupo está entre os mais afetados por assassinatos decorrentes de conflitos de terra no país. Em julho de 2024 também foram registradas, 276 invasões possessórias, exploração ilegais de recursos e danos ao patrimônio, além de 850 casos de omissão e morosidade na regularização de terras indígenas.
Todas essas questões estão inseridas como contexto na exposição Nhe'e sé - Diálogo é Cura, que oferece a oportunidade de mergulhar na arte indígena contemporânea em uma série de obras que trazem como pano de fundo todas essas histórias, encantamentos, apagamentos e violências vividas pelos povos indígenas desde o processo colonial, até os dias de hoje.
Após passar por Brasília e Salvador, a exposição Nhe´ ẽ Se desembarca na CAIXA Cultural de São Paulo, reforçando a presença das culturas indígenas em uma das maiores cidades da América Latina e incitando a reflexão sobre os impactos sociais e políticos da colonização, que ainda assolam as comunidades indígenas de todo o Brasil.
Com curadoria de Sandra Benites e assistência curatorial de Vera Nunes, a mostra reúne obras de treze artistas: Aislan Pankararu, André Hulk, Auá Mendes, Daiara Tukano, Day Molina, Déba Tacana, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Glicéria Tupinambá, Paulo Desana, Rodrigo Duarte, Tamikuã Txihi, Xadalu Tupã Jekupé, e Yacunã Tuxá.
Sandra, da etnia Guarani Nhandeva (MS), é Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, tendo se tornado a primeira curadora indígena no Brasil a integrar a equipe de um museu.
A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h. A exposição tem o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal e é idealizada e realizada pela Via Press - Comunicação & Cultura.
Manto Tupinambá
Com uma mescla de artistas, a exposição traz diversas linguagens. Entre os destaques, a mostra traz o lançamento exclusivo do “Assojaba Tupinambá", um manto desenvolvido pela artista Glicéria Tupinambá, natural da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia.
Os mantos Tupinambá são vestimentas sagradas feitas de penas de aves e utilizadas por lideranças indígenas do povo Tupinambá antes da colonização europeia. Eles simbolizavam poder, espiritualidade e pertencimento e eram usados em rituais importantes. No período colonial, os portugueses coletaram diversos artefatos indígenas, incluindo os mantos, que foram levados para museus e coleções europeias.
Exposição Nhe´ ẽ Se
De terça a domingo, das 9h às 18h
Entrada: gratuita
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 - Centro Histórico de São Paulo
Até 11 de maio de 2025
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