CCBB inaugura primeira grande exposição dedicada aos memes
- Redação

- 27 de ago.
- 3 min de leitura
Mostra “MEME: no Br@sil da memeficação” mergulha no humor, crítica social e cultura digital.

O Brasil, um dos maiores produtores e consumidores de memes do mundo, tornou-se também o primeiro país a realizar uma grande exposição dedicada a esse fenômeno. “MEME: no Br@sil da memeficação” estreou em 27 de agosto de 2025 no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP), reunindo arte contemporânea, cultura digital e crítica social em uma curadoria inédita.
Assinada por Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, com colaboração do perfil de Instagram @newmemeseum, a mostra organizada em seis núcleos temáticos convida o público a pensar os memes como uma das formas mais potentes — e irônicas — de narrar o Brasil atual. São eles:
Ao pé da letra - Jogos semânticos entre texto e imagem mostraram como palavras e figuras criam sentidos inesperados, explorando ainda linguagens como emojis, tiopês e pajubá. O núcleo destacou também a estética “feia” e “amadora” como recurso crítico e expressivo.
A hora dos amadores - Inspirado na ascensão das vozes comuns na internet, revelou como os memes se tornaram espaço de protagonismo em contextos marcados por desigualdades. Oficinas de “Mickeys Feios” permitiram que o público criasse versões irreverentes do personagem da Disney, em crítica bem-humorada ao imperialismo cultural.
Da versão à inversão - A imitação foi apresentada não como repetição, mas como gesto criativo. Paródias e inversões de gênero e identidade ironizaram discursos de poder. Entre os destaques, o irreverente “Museu do Homem da Internet” reuniu estereótipos masculinos como o “heterotop” e o “Faria Limer”.
O eu proliferado - A superexposição do “eu” nas redes ganhou foco com instalações que abordaram a dramaturgia da auto performance. Um estúdio de podcast parodiava o universo da autoajuda, expondo, com humor, as tensões entre motivação e fracasso em tempos de hiperexposição.
Combater ficção com ficção - A polarização política apareceu como terreno fértil para os memes, que foram apresentados tanto como ferramentas de resistência quanto de manipulação. Sátiras de O Pasquim, Porta dos Fundos e Sensacionalista dialogaram com a crítica à militância digital e à desinformação.
Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam? - O encerramento evitou respostas prontas e propôs reflexões coletivas. Em parceria com o Museu de Memes da UFF, dez criadores responderam, em vídeos, sobre o que entendem como meme hoje, reforçando a ideia de linguagem fluida e mutante.
Um passeio pela zoeira nacional
Logo no átrio do CCBB, o público foi recebido por onças multissensoriais inspiradas no viral “alisa meu pelo”, numa instalação que se tornou um dos pontos mais fotografados da mostra.
A cenografia ocupou todos os andares do prédio, com vídeos, neons, esculturas, pinturas, objetos e experiências interativas. Nomes da arte contemporânea brasileira, como Anna Maria Maiolino e Claudio Tozzi, dividiram espaço com criadores digitais como Blogueirinha, Porta dos Fundos e Melted Vídeos, dissolvendo fronteiras entre galerias e timelines.
Para além das salas físicas, a exposição também reverberou nas redes, com curadorias digitais do @newmemeseum, levando a discussão para públicos muito além das paredes do CCBB.olino, Claudio Tozzi e Gretta Sarfaty lado a lado de criadores digitais como Blogueirinha, Porta dos Fundos e Melted Vídeos, a exposição quebra fronteiras entre linguagens e mostra como os memes se tornaram parte essencial da cultura brasileira.
Após a temporada em São Paulo, que segue até 3 de novembro, a exposição percorre Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, ampliando o alcance desse mergulho na chamada “memeficação” do país.
"MEME: NO BR@SIL DA MEMEFICAÇÃO”
De 27 de agosto a 03 de novembro de 2025
Todos os dias, das 9h às 20h (exceto às terças)
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP
Ingressos gratuitos em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB






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