“Fullgás - artes visuais e anos 1980 no Brasil” chega ao CCBB São Paulo
- Redação
- há 47 minutos
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Exposição apresenta mais de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país,
além de documentos e objetos, que dão um panorama da década de 1980 no Brasil

Coloridos, críticos, ousados e cheios de energia — os anos 80 deixaram sua marca na arte e na cultura brasileiras como poucas décadas fizeram. A partir de 28 de maio de 2025, o público de São Paulo poderá reviver esse período fascinante na grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, no Centro Cultural Banco do Brasil.
Sob curadoria de Raphael Fonseca, com Amanda Tavares e Tálisson Melo como curadores-adjuntos, a mostra reúne cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país. E vai além da arte: capas de discos, panfletos, revistas e objetos icônicos completam o clima nostálgico e provocativo da década.
Inspirada na canção de Marina Lima, “Fullgás” não é apenas uma homenagem à estética oitentista, mas uma reflexão sobre uma geração que respirava intensidade e buscava novos horizontes para o Brasil — social, política e culturalmente. Tudo isso ocupa o prédio inteiro do CCBB, dividido em cinco núcleos temáticos, cada um batizado com o nome de uma música dos anos 80. O resultado? Uma experiência sensorial e afetiva que vai do frenesi colorido às sombras da transição democrática.
Um Brasil que pulsa em cinco atos
A exposição será dividida em cinco núcleos:
Que país é este — Atravessa o fim da ditadura, os protestos pelas Diretas Já, a efervescência dos movimentos sociais e o renascimento político-cultural. Um convite à reflexão, com obras de Arthur Bispo do Rosário, Miguel Chikaoka, e registros do impacto do AI-5 até o impeachment de Collor.
Beat acelerado — Aqui, a arte pulsa como o coração de uma pista de dança. O núcleo celebra o prazer da cor, o corpo e o desejo, com trabalhos marcantes de Beatriz Milhazes, Leda Catunda, Ciro Cozzolino e Eduardo Kac. É o espírito libertário da pintura pós-ditadura em sua máxima vibração.
Diversões eletrônicas — Um mergulho nos delírios tecnológicos da época. TVs, videocassetes, computadores e walkmans inspiram obras como as de Alex Vallauri, Cristina Salgado e os futuristas baianos Leonardo Celuque e Jayme Figura. A arte se rende ao brilho dos píxeis e do neon.
Pássaros na garganta — Um olhar poético e crítico sobre natureza, território e identidade. Com obras de Siron Franco, Cristina Canale, Hélio Melo e Vitória Basaia, o núcleo resgata a beleza e a dor das questões ambientais e indígenas que ganhavam força na virada da década.
O tempo não para — No fechamento da mostra, a consciência da efemeridade. Obras de Leonilson, Fernanda Gomes, Nuno Ramos e Rafael França nos lembram que, mesmo nos anos de euforia, o tempo corre — e deixa rastros, silêncios e saudades.
Além das obras: um mergulho cultural
Logo na entrada, o público será recebido por um balão monumental criado por Paulo Paes, artista paraense radicado no Rio — símbolo da festa, da leveza e da efemeridade. No espaço educativo, uma charmosa banca de jornal revive as publicações, músicas, imagens e objetos que formaram o imaginário da época.
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