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Exposição Ausências Brasil traz retratos da ditadura ao Arquivo Histórico Municipal

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 23 de set.
  • 2 min de leitura

Até 8 de outubro, a mostra do fotógrafo Gustavo Germano apresenta histórias de desaparecidos políticos no Brasil, com fotos, visitas educativas, debates e filmes.

foto de Alex Xavier Pereira - desaparecido político
Alex Xavier Pereira - desaparecido político (Imagem: Gustavo Germano)

Está em cartaz até 8 de outubro de 2025, no Arquivo Histórico Municipal de São Paulo (AHM), a exposição Ausências Brasil, realizada pelo Núcleo de Preservação da Memória Política (NM) em parceria com o AHM.

A mostra reúne imagens do fotógrafo argentino Gustavo Germano, que perdeu o irmão Eduardo Raúl Germano para a ditadura militar argentina em 1976. A partir desse trauma pessoal, o artista criou um projeto que já percorreu diversos países marcados pela violência de Estado. No Brasil, são apresentadas 12 histórias de desaparecidos políticos, em retratos que colocam lado a lado o passado e o presente das famílias atingidas pela repressão.


Ausências que falam de presenças

O projeto mostra como a ausência de uma pessoa reverbera nas vidas que ficaram. Rostos sorridentes nas primeiras fotos dão lugar a imagens marcadas pela dor, pela saudade e pela ausência de respostas do Estado.

“A segunda foto mostra não apenas o desaparecimento de uma pessoa, mas o desamparo e a injustiça que permanecem. É o tempo que passa, mas a dor continua”, destaca Eugênia Augusta Gonzaga, Procuradora Regional da República e ex-presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.


Além da fotografia: debates e atividades educativas

A programação inclui visitas mediadas, rodas de conversa e exibição de filmes, ampliando a reflexão sobre a ditadura e sua relação com a violência de Estado atual.

Entre os destaques:

  • 26 e 27/09 – 15h: visitas educativas com historiadores do Núcleo Memória.

  • 04/10 – 14h: visita educativa.

  • 04/10 – 15h: roda de conversa com ex-presos políticos, incluindo Maurice Politi e Dulce Muniz.

  • 04/10 – 17h: exibição do filme O Dia que Durou 21 Anos com debate com o diretor Camilo Tavares.

O projeto também oferece formação de educadores e encontros com especialistas, como a museóloga Kátia Felipini e o educador César Novelli Rodrigues, conectando memória histórica à educação crítica.


Memória política e resistência

Para o Núcleo Memória, a iniciativa é uma forma de reparar e preservar a história:

“Cada vez que apresentamos essa exposição, rechaçamos a ditadura e refletimos sobre a democracia. É também uma maneira de reparar simbolicamente as famílias atingidas”, afirma a museóloga Kátia Felipini.

O historiador César Novelli complementa:

“A história do Brasil é pautada na violência. Muitas das práticas da ditadura ecoam ainda hoje, nos desaparecimentos e assassinatos cometidos por agentes do Estado. Esta impunidade do passado se projeta no presente.”

Ausências Brasil

Até 8 de outubro de 2025

Segunda a sexta, das 9h às 17h

Sábados, das 10h às 16h

Entrada gratuita

Arquivo Histórico Municipal

Praça Coronel Fernando Prestes, 152, Bom Retiro


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